Morte de Odete Roitman em Vale Tudo: 5 suspeitos e 10 finais gravados

Juliana Pires 7

Quando Odete Roitman caiu no chão do Copacabana Palace, a emoção foi imediata: o ícone da vilania televisiva finalmente encontrou seu fim, e o suspense virou assunto de mesa de café em todo o Brasil. A cena será transmitida na segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, ao vivo no capítulo 163 do remake de Vale Tudo, e promete virar ponto de referência da teledramaturgia contemporânea. A produção, liderada pela autora Manuela Dias e pelo diretor Paulinho Silvestrini, gravou dez finais diferentes, mantendo o público na ponta da cadeira até a revelação definitiva em 17 de outubro.

Contexto da reestreia: por que Vale Tudo volta agora?

A emissora Globo decidiu reviver Vale Tudo após 40 anos de seu auge, apostando na nostalgia que ainda pulsa entre quem assistiu à versão original nos anos 80. A trama original abordou, na época, temas como corrupção, erotismo e ambição desenfreada, e o remake promete atualizar esses debates para a realidade de 2025, incluindo discussões sobre etarismo, racismo e alcoolismo.

O ponto de partida para a nova temporada foi a morte da vilã mais temida da TV brasileira. Débora Bloch, que interpreta Odete Roitman, admitiu num entrevista ao Fantástico que sentir‑se "apaixonada" pela personagem era inevitável, pois Odete sempre foi construída como um espelho das mazelas sociais.

Os cinco suspeitos e os dez finais

Segundo Manuela Dias, "gravamos, no fundo, 10 finais, né? Porque a gente gravou com os cinco suspeitos matando e não matando. Até esse momento nem os atores têm certeza". Os nomes que circulam nas redes sociais são:

  • Alexandre Nero como Marco Aurélio
  • Bella Campos como Maria de Fátima
  • Cauã Reymond como César
  • Malu Galli como Celina
  • Paolla Oliveira como Heleninha

Cada um deles recebeu um roteiro próprio, onde o assassinato poderia ser e não ser concluído. Essa técnica, rara na teledramaturgia nacional, transforma a trama em um verdadeiro quebra‑cabeça de narrativas, forçando o telespectador a analisar cada gesto e cada diálogo como se fosse um indício de crime.

Estratégia de suspense e segurança na produção

A gravação teve nível de segurança comparável a um set de filme de ação: acesso restrito, câmeras de vigilância 24h e equipe reduzida. A diretoria da Globo decretou "sem vazamento" durante a semana de 1º de outubro, o que implicou rotações de luz, gravações fora do horário padrão e mesmo a troca de figurinos para confundir possíveis curiosos. O diretor Paulinho Silvestrini explicou que o objetivo era criar "um clima de segredo que refletisse o próprio mistério da novela".

Além disso, a produção optou por não divulgar nenhum teaser da cena de assassinato, ao contrário das estratégias habituais de marketing. Em vez disso, a rede investiu em caminhadas de influenciadores e debates ao vivo no dia 7 de outubro, quando os personagens da trama começam a investigar o crime, alimentando a curiosidade do público sem revelar o culpado.

Reações do público e expectativas de audiência

Analistas da mídia já preveem que o share da novela ultrapasse 35% nos episódios finais, dado o efeito combinatório de nostalgia, suspense e a presença de atores de grande tiragem como Alexandre Nero e Paolla Oliveira. Nas redes sociais, hashtags como #QuemMatouOdete e #ValeTudo2025 já superam 1,2 milhão de menções, indicando que a conversa está longe de acabar.

Especialistas em comportamento de audiência apontam que a estratégia de múltiplos finais aumenta o tempo médio de visualização, pois os telespectadores ficam propensos a rever episódios anteriores em busca de pistas. Um estudo interno da Globo revelou que, durante a semana de divulgação, o número de buscas por termos como "Odete Roitman assassinato" cresceu 78% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Impacto social da trama

Impacto social da trama

Vale Tudo sempre foi mais que entretenimento; a novela tem histórico de influenciar debates sociais. Na versão atual, o núcleo entre Lucimar e Vasco, por exemplo, gerou um aumento de 300% nas consultas à Defensoria Pública sobre regularização de paternidade. Esse efeito colateral reflete a capacidade da teledramaturgia de colocar em pauta questões que, de outra forma, permaneceriam nos bastidores.

Além disso, a história de Odete Roitman — uma mulher poderosa que usa sua inteligência para manipular o sistema — tem sido citada em cursos de direito e sociologia como estudo de caso de ética empresarial e de poder feminino na mídia.

O que vem a seguir?

O grande momento final chegará no dia 17 de outubro, quando a novela será substituída por Três Graças. Até lá, a trama seguirá alimentando teorias, discussões ao vivo e, talvez, novos segredos. A única certeza é que, seja quem for o assassino, a memória de Odete Roitman permanecerá viva, como um lembrete de que vilões também podem ser objeto de compaixão quando bem escritos.

Perguntas Frequentes

Quem é responsável por decidir o assassino de Odete Roitman?

A decisão final cabe à autora Manuela Dias e ao diretor Paulinho Silvestrini, que gravaram dez versões diferentes da cena.

Qual a importância da escolha do Copacabana Palace como locação?

O Hotel Copacabana Palace oferece um cenário luxuoso que reforça o poder e a decadência da personagem, além de facilitar o controle de segurança durante as gravações.

Como o público tem reagido ao suspense dos múltiplos finais?

Nas redes sociais, hashtags como #QuemMatouOdete geram milhares de comentários diários; pesquisas indicam que 68% dos telespectadores assistem ao episódio duas vezes para tentar captar pistas.

Qual o impacto esperado na audiência da novela?

Especialistas projetam um share superior a 35% nos capítulos finais, impulsionado pela combinação de nostalgia e pela estratégia de múltiplos desfechos.

A trama tem algum efeito fora da TV?

Sim. O debate sobre regularização de paternidade, abordado na novela, já resultou em um aumento de 300% nas consultas à Defensoria Pública, mostrando o poder da ficção em mobilizar a sociedade.

  • Rafaela Antunes

    Rafaela Antunes

    out 6 2025

    Odete finalmente saiu da tela, mas ainda dura.

  • Marcus S.

    Marcus S.

    out 14 2025

    Em termos de construção narrativa, a escolha de múltiplos finais representa uma ruptura metodológica com a tradição da teledramaturgia linear. Tal estratégia suscita reflexões sobre a natureza da autoria coletiva e a responsabilidade do espectador na criação de sentido. O fato de haver cinco suspeitos permite uma análise quase sociológica das relações de poder dentro do universo ficcional. Ademais, a ausência de vazamento reforça a ideia de que o mistério deve ser preservado até o último instante. Por conseguinte, o experimento pode ser visto como um laboratório cultural que testa limites de engajamento midiático.

  • Luciano Hejlesen

    Luciano Hejlesen

    out 21 2025

    Ah, a decadência da elite televisiva nunca foi tão deliciosa 😈✨. Cada suspeito parece um arquétipo saído de um tratado de maquiavelismo, distribuído em doses perfeitas de drama. Não consigo ignorar a ironia de que, enquanto a audiência faz maratona, a produção se autopromove como um thriller de alta costura. O suspense se torna um espetáculo de ego, onde até o Copacabana Palace vira coadjuvante de um jogo de máscaras 🎭. E ainda tem gente que acha que o final vai mudar a moral da história… 🙄

  • Ademir Diniz

    Ademir Diniz

    out 28 2025

    Galera, to aqui pra dizer que a trama tá demais, véi! Essa parada de dez finais é top, todo mundo tá ligado que vai ter muita teoria, mas curte cada pista que aparece. Não esquece que a novela ainda tem espaço pra surpreender, então #FicaADica. Se liga nas reviravoltas e bora apoiar o elenco, porque a produção tá mandando bem demais. Vamo que vamo, a gente aguenta o trampo!

  • Jeff Thiago

    Jeff Thiago

    nov 4 2025

    A decisão de gravar dez desfechos distintos para a morte de Odete Roitman configura uma abordagem sem precedentes na história da teledramaturgia brasileira. Essa estratégia, ao contrário do modelo tradicional de narrativa fechada, introduz um elemento de indeterminação que desafia as convenções de linearidade temporal. Cada um dos cinco suspeitos foi submetido a um roteiro próprio, no qual se alternam cenários de culpabilidade e inocência, o que implica uma variabilidade significativa nas possíveis leituras do texto. Do ponto de vista da produção, tal complexidade exige um rigor logístico que se equipara ao de grandes produções cinematográficas, com controle de acesso, vigilância constante e rodízio de figurinos. O diretor Paulinho Silvestrini, ao conceber esse método, parece inspirar‑se em narrativas interativas, como as encontradas em jogos de investigação, embora o espectador final não possa selecionar o desfecho desejado. Essa escolha editorial tem implicações diretas sobre a dinâmica de audiência, pois promove múltiplas visualizações dos episódios anteriores em busca de pistas ocultas. Estudos internos demonstram que a taxa de retorno de episódios aumentou em 27% nas duas semanas que antecederam a transmissão da cena final. Isso corrobora a hipótese de que a incerteza deliberada gera um engajamento mais intenso e prolongado por parte do público. Além do aspecto mercadológico, a multiplicidade de finais abre espaço para discussões socioculturais acerca da responsabilidade coletiva e da construção de narrativas de poder. Odete Roitman, enquanto figura feminina dominante, simboliza a concentração de poder econômico e moral, e sua eliminação, seja qual for a autoria, pode ser interpretada como um rito de passagem simbólico. Ao mesmo tempo, a presença de personagens femininas entre os suspeitos reforça a complexidade das relações de gênero na trama, evitando uma simplificação maniqueísta. A escolha da locação Copacabana Palace intensifica o contraste entre luxo e violência, remetendo ao conceito de que a elite jamais está imune às consequências de seus atos. Do ponto de vista narrativo, a possibilidade de múltiplos culpados impede a cristalização de um vilão único, estimulando o público a refletir sobre a natureza difusa do mal. Em síntese, o experimento da Globo representa uma inovação metodológica que, ao transgredir os limites tradicionais da ficção televisiva, pode inaugurar novas formas de interação entre obra e espectador. Resta, portanto, observar como esse modelo será recebido pelos críticos e pela própria audiência, e se ele inspirará outras produções a adotar técnicas semelhantes no futuro.

  • Savaughn Vasconcelos

    Savaughn Vasconcelos

    nov 11 2025

    Concordo com a análise detalhada do Jeff; a experimentação narrativa realmente eleva o nível de imersão do público, forçando‑nos a revisitar cada cena com um olhar investigativo.

  • João Paulo Jota

    João Paulo Jota

    nov 19 2025

    Claro, porque a Globo acha que o público vai se virar num labirinto de suspeitos enquanto elas colecionam likes, né? É a mesma fórmula de “quanto mais mistério, maior a audiência”, que já deu muito certo.